quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Você tem Experiência?

No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: 'Você tem experiência?'

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e com certeza ele será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia e acima de tudo por sua alma.

Redação Vencedora:

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Ja peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas...

Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?'Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência.. . experiência.. . Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?
Silvio Calazans - (Publicado no jornal interno do RH - Volkswagen do Brasil - nome do candidato não mencionado)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera

Homenagem a Primavera
Lá vem ela
Pelas praças e jardins
Sorridente e bela
A primavera

Com as chuvas criadeiras
Resplandecendo nos canteiros
Alegrando as brincadeiras
Florescendo nos outeiros

Sua brisa já posso sentir
O aroma que trás lembrança
Perfume que envolve a alma
No colorido que da esperança

Estação que alegra os olhos
Estação que embeleza a terra
Estação que acalanta e revela
E inspira a escrita dos poetas

É tempo de ver as “borboletas”
É tempo de ouvir passarinhos
É tempo de luz que revela
A beleza da Primavera

Cláudia Liz

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ORIGENS

ORIGENS
Neto Fagundes e Estado das Coisas
Composição: Antônio Augusto Fagundes - Euclides Fagundes Filho

Campeando, um rastro de glória, vem o sovado de pealo
Erguendo, a poeira da história, nas patas do meu cavalo
O índio, que vive em mim, bate um tambor no meu peito
O negro, também assim, tempera e adoça o meu jeito
Com laço, e com boleadeira, com garrucha, e com facão
Desenhei, pátria e fronteira, pago querência e nação


Eu sei que não vou morrer
Por que de mim vai ficar
O mundo que eu construí
O meu Rio Grande o meu lar
Campeando as próprias origens
Qualquer guri vai achar

Sou a gaita corcoveando, nas mãos do velho gaiteiro
Dizendo por onde ando, que sou gaúcho e campeiro
Eu sou o moço que canta, o pago em cada canção
E traz na própria garganta, o eco do seu violão
Sou o guri pelo duro, campeando um mundo de amor
E me vou rumo o futuro, tendo no peito um tambor

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Viver ou juntar dinheiro?


"Prezado Max meu nome é Renato, tenho 61 anos, e pertenço a uma geração azarada.
Quando eu era jovem as pessoas diziam em escutar os mais velhos, que eram mais sábios agora me dizem que tenho de escutar os jovens porque são mais inteligentes.

Na semana passada eu li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa. Aprendi por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante.

Impressionado peguei um papel e comecei a fazer contas, e descobri para minha surpresa que hoje eu poderia estar milionário. Bastava eu não ter tomado as caipirinhas que eu tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que eu comprei, e principalmente não ter desperdiçado meu dinheiro, em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária.

É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas se tivesse sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?

Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso acho que me sinto feliz em ser pobre.

Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer.E recomendo aos jovens e brilhantes executivos, que façam a mesma coisa que eu fiz.

Caso contrário eles chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro, mas sem ter vivido a vida".

Por Max Gehringer